Thursday, September 07, 2006

O texto que hoje transcrevo para este blog, é um texto de ninguém que alguém atribui a Gabriel Garcia Marquez e que este escritor fantástico negou-o sendo dele. Seja ou não é irrelevante, sendo relevante para nós estas deliciosas palavras que aqui vos deixo...

"A marioneta"

"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapos e me brindasse com um naco de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas com certeza, pensaria tudo o que digo.Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois entendo que para cada minuto que cerramos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz…Andaria quando os demais param, despertaria quando os demais dormem. Escutaria quando os demais falam, e como desfrutaria de um bom sorvete de chocolate.Se Deus me obsequiasse com um naco de vida, vestiria de forma simples, atirar-me-ia de bruços ao sol, deixando a descoberto, não só meu corpo mas também minha alma.Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo, e esperaria pelo nascer do sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofertaria à lua.Regaria com as minhas lágrimas as rosas, para sentir-lhes a dor dos espinhos e o encarnado beijo das pétalas…Deus meu, se um naco de vida eu tivesse…Não deixaria passar um único dia sem dizer às pessoas que quero, que lhes quero.Convenceria a cada mulher ou homem que são meus predilectos e viveria enamorado do amor.Aos homens provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de se enamorar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se enamorar. A uma criança daria asas, mas deixaria que sozinha aprendesse a voar. Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice mas com o esquecimento. Tantas coisas aprendi convosco, mulheres e homens…Aprendi que todo mundo quer viver no cume da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir as escarpas.Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua mãozinha pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.Aprendi que um homem só tem direito de olhar para outro de cima para baixo quando deve ajudá-lo a levantar-se. São tantas coisas que pude aprender de vós, mas afinal não me serão de muita serventia porque quando me guardarem dentro desta maleta, infelizmente estarei morrendo"

3 Comments:

Blogger sónia said...

bem bom...
"Aprendi que um homem só tem direito de olhar para outro de cima para baixo quando deve ajudá-lo a levantar-se"..gostei mt desta parte.

5:16 AM  
Anonymous Anonymous said...

bem...eu deixo um comentario neste teu post porque foi o ultimo que fizeste mas tenho tb que t dar os parabens pelos outros porque estao absolutamente fantasticos!nao sabia que tinhas essa veia de escritor!mas gostei das tuas palavras...ao lê.las vem assim um arrepio na espinha!nao sei se é só a mim...se calhar é por eu ser mm assim: uma romantica sensivel!

quanto ao ultimo post q é uma transcrição...não conhecia,mas amei!da para pensar em todos os valores q a humanidade deveria possuir e que lhe passam completamente ao lado!

podes ter a certeza que vou continuar a visitar o teu blog!

beijinho*

5:13 PM  
Anonymous Anonymous said...

Meu amigo (sem pedido de desculpas, porque te sinto "meu" amigo, mesmo ... e quero que me sintas "tua" amiga, mesmo...). Hoje voltei aqui, para te agradecer a viagem no Blue Jazz que me ofereceste. Não resisti! Coloquei lá a letra na totalidade ... é lindo.
Conheces a estação Jazz Diaspora? Media Player? Estou a ouvir Etta James ...
Bem, como não tens mail, não te podia dizer estas coias ... desculpa! O meu é veneza@sapo.pt!

Agora uma oferta:
De Gabriel Garcia Marques - um poema. Não sei se conheces ...

"O poeta pede a seu amor que lhe escreva"

Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.

Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.

É lindo, não é? Outro ponto em comum ... Garcia Marquez.

Já agora gostas de Alexandre O'Neil?
...
"e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia"

Bjs de Mel, agora a ouvir The Girl from Ipanema (numa versão Blue Jazz, claro)... com um mt obrigada, grd, grd e uma EP (Entrada permanente) para as Casinhas de Mel ....

7:40 AM  

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